Olhar atento e visionário

Orçamento é o plano financeiro estratégico de uma administração para um determinado período; em contabilidade é utilizada a nomenclatura finanças.

A expressão se refere às receitas e despesas de uma organização, relativamente, a um período de execução, geralmente anual. O orçamento deriva processo de planejamento de gestão. A administração de qualquer entidade pública, privada, com ou sem fins lucrativos deve ter estabelecido objetivos e metas para um período determinado, materializados em um plano financeiro, isto é, contendo valores em moeda, para acompanhamento e avaliação da gestão.

Despesas

Entende-se por despesas todos os gastos da organização que podem, inclusive, ser classificados de acordo com os fins a que se destinam. O sistema orçamentário canônico consiste em um misto de orçamento público e privado, porém envolve elementos tipicamente eclesiásticos, sendo um instrumento técnico, além de ser o meio mais eficaz para uma administração de qualidade, pois é uma exigência canônica, e atinge obrigatoriamente todos os administradores. Estas normas estão contidas no (cân. 493), e cabe ao conselho de assuntos econômicos preparar a cada ano sua execução, entretanto, é de responsabilidade do ecônomo (cân. 494).

Orçamento

O orçamento representa, de certa forma, a operacionalização dos planos de ação, quer dizer, a viabilização das ações planejadas inseridas em práticas administrativas na gestão patrimonial. A execução deste orçamento conta com elementos de administração e com controle da contabilidade, que torna tão necessária devida o uso peculiar do principio de flexibilidade orçamentária na administração eclesiástica que, por sua vez, se alicerça no princípio da transparência administrativa.

Pontos relevantes

Nesta linha de pensamento, há um princípio que é da boa administração em prevalecer na relação – “elaboração e execução” – dos planos econômicos e orçamentos. Esse dado é demonstrado com nitidez no sistema orçamentário canônico; quer dizer, prevalece o princípio de não confiar à aplicação do orçamento a quem o elaborou. Por outro lado, este processo de planejamento envolve três áreas técnicas e básicas: do economista (elaboração), do administrador (execução) e do contador (exige o controle qualificado e especializado) e outras ciências afins.

Administração eficiente

Em administração não podemos esquecer que há quatro dimensões: a qualidade, o atraso, o avanço e o declínio; obviamente, a obtenção do melhor resultado possível aponta no sentido do avanço e da qualidade. Posso afirmar que são nas entidades católicas que encontramos um peculiar dinamismo administrativo que gera uma cultura orçamentária, pois canaliza as receitas e despesas para o prioritário, controlando os gastos e delegando poderes para uma gestão ordinária, onde são fixadas responsabilidades de ação, realizadas ordenadamente, harmônica e conjuntamente.

Para isso, a eficiência do controle dos orçamentos canônicos depende de um bom sistema de contabilidade eclesial. E para que o orçamento seja realizado, é necessário possuir metas realistas, planejar o inesperado, viabilizar, controlar e colocar o plano no papel possuindo metas de curto prazo, revendo periodicamente adequações se necessárias.

Estes preceitos estão contidos no (cân.1284, § 1) e todos os administradores são obrigados a cumprir seu encargo com a diligência de um bom pai de família.

 

Por Dorival Venciguera
Contador, Pós-Graduado em Controladoria e Gestão Empresarial, Auditor e Perito Judicial e um dos Maiores Especialistas sobre Contabilidade do Terceiro Setor. Oferece conteúdos gratuitos que têm ajudado milhares de pessoas e entidades no Brasil.